Vai ficar tudo bem

Hoje é um dia ruim. Sabe esses dias que você precisa desistir de tudo? Que você precisa fugir. E você tem a chave de casa. E você sabe o caminho. E você se tranca no quarto, e chora. Daí que sua cabeça começa a doer e você esquece o motivo do choro.

Vai na cozinha.

Bebe um copo de Coca-Cola.

Come um sanduíche.

Vê um filme.

E lembra que nada foi resolvido e não será nem tão cedo. E o que você faz? Ergue a cabeça e enfrenta tudo, como uma garota corajosa faria? Não. Você chora, porque é isso que você sabe fazer.

Mas sabe um clichê que eu tenho uma certa afeição? "Vai ficar tudo bem." Porque sempre fica, sabe? O problema dessa frase é não informar se esse "bem" é a curto ou a longo prazo. E geralmente, é a longo, muito longo, longo pra c*******. E é nesse tempo que você aprende, que você cresce, que a vida ri de você e te ajuda ao mesmo tempo. 

Ultimamente, meus textos tem ficado pela metade. Nunca consigo dar um final decente quando estou mal. Então eu espero uns dois ou três dias e termino. E quando eu faço isso, quase sempre minhas histórias terminam com finais felizes, porque eu paro e lembro que tudo tem dois lados, que nem todo mundo é completamente bom ou completamente ruim e que eu posso começar um texto sofrendo, chorando e terminar bem, escutando Tiago Iorc e com um sorriso no rosto. "Nossa, seus problemas já foram resolvidos?" haha, mal começaram, meu bem. Mas as vezes dá pra brincar de teatrinho e fingir ser aquilo que a gente não é, né? Ou melhor, dá pra brincar de vida real, já que a gente precisa fazer isso todo santo dia. 

Eu não vejo a hora do meu "bem" chegar e decidir ficar, mas enquanto isso não acontece, eu escrevo besteiras pra quem quiser ler e acreditar nos meus clichês favoritos: Dê tempo ao tempo, que vai ficar tudo bem.