Anônimo


Sou ótima em guardar datas. Sou péssima para lembrar o que comi de manhã. Precisei olhar o bloco de notas para escrever esse texto.




Eu não sei como definir uma pessoa, nem um momento, por isso uso cores. Era uma pessoa vermelha. Num momento laranja. E ao mesmo tempo, um arco-íris de cores. E foi rápido assim. Mentira. Demorou mais do que devia. Houve uma festa antes. Havia funk, brega, famosos, fotos que nunca achei que seriam postadas e drogas ilícitas. E daí que vem o anonimato. Ninguém sabia onde, com quem e nem o porquê. Me perguntei isso um milhão de vezes.

Foi um dia de economia. Um dia com trilha sonora. Let Her Go. Tudo faz sentido agora. Não, mentira de novo. É uma bola de coisas-que-não-fazem-sentido. Um cachinho. Dois gatinhos. Três carinhos. Quatro beijinhos. Cinco minutos e eu já precisava ir. E o tal anônimo não me soltava. E eu não me soltava dele.

Mas foi diferente da primeira vez. Eu não sentia medo. Estava bem tranquila, na verdade. Serenidade. Nada do que futuramente pudesse acontecer, iria me prejudicar, porque acreditem se quiser, eu não esperei nada. Eu só estava ali com a certeza de que amanhã não estaria mais. E fiz uma das coisas que faço melhor: aceitei.

Nada me prendia ali, e como boa menina do contra que sou, eu quis ficar. Mas eu aprendi nas aulas de física que positivo com positivo não funciona. Negativo com negativo também não. Aquariano com aquariano? Muito menos.

Até que tem outros tópicos que eu poderia citar, mas algumas coisas a gente não sabe explicar. Ou não explica porque não quer mesmo. Porque quer guardar pra gente. Porque quer deixar em silêncio, pra o vento não levar. O mundo é pequeno, a gente sabe disso. Quem sabe um dia a gente se esbarre de novo. E de novo. E mais uma vez. E quem sabe um dia você fique na parada de ônibus comigo de novo. Quem sabe.

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