Daqueles dias diferenciados

Sabe aquele dia que você sabe que vai ser bom, mas só bom mesmo? E é tão melhor. Mais um sábado de carnaval. 7 horas da manhã. Se minha mãe estivesse por perto diria a famosa frase "se fosse pra acordar pra faculdade, não acordava só, mas como é festa". Acordei e em 5 minutos estava pronta. Só queria sair, queria muito sair, estava louca para ir pular e torrar no sol. Coloquei um brilhinho no rosto. Depois do outro lado do rosto. Depois coloquei mais, porque era assim que estava me sentindo: radiante. Todos prontos? Todos prontos. E lá vem sol, e suor, e todo mundo fantasiado. Todo qual com cada um, com cada jeito, mas todos quais eram quais e todos se reconheciam, sabiam para onde ir.

E era um tal de desce ladeira, sobre ladeira, encontra gente, desencontra gente, 3 por 10, opa, 3 por 9, COMPRA! Era um carnaval como todos os outros, mas completamente diferente e eu sabia que por estar sendo inusitado, seria melhor. Descobri e aceitei depois de muito tempo que as coisas nunca serão como já foram um dia (Já dizia o mestre Lulu) e sinceramente, eu nem quero que sejam. "Espero que esse ano seja incrível, igual ao ano passado" Não, não, não! Igual não! Não quero nada igual. Já conhecia aquele lugar, mas nunca tinha visto aquelas pessoas. E foram experiências novas, foram outras conversas e outros passos e outras piadas. Ou as mesmas piadas, mas contadas de formas diferentes. E com toda aquela gente fingindo ser quem não é e sendo eles mesmos, com todo aquele sol me queimando por dentro, eu não era mais a mesma, porque eu já tinha virado carnaval.

Era um carnaval tranquilo, uma Olinda limpa de brigas e situações desconfortáveis. Não vou mentir que estava um pouco espantada até. Uma multidão de gente, tranquila. Brincando e cantando e se divertindo e começando um ano com tanta paz, que naquele momento, não me senti só. Um carnaval tão temido, tão medroso, veio cheio de paz. Muito amor e muita lama, também. Estava no meio de iguais, de pessoas que poderia ter como amigos tranquilamente. De gente que queria por perto. De amigos de longa data e de amigos de data nenhuma. Tinha um mundo inteiro sendo Olinda em cada um dos quatro cantos.

Em cada unicórnio, em cada sereia, em cada criança melada de lama, em cada conhecido de instagram, em cada verso de carnaval, eu cada banheiro por três reais, em cada copo de gummy, em cada boormerang, eu me sentia mais e mais viva, como deveria sempre ser. Mais um daqueles dias onde você não sente culpa por estar tão bem.

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