Sobre completar 18 anos

Quando eu tinha 10, sonhava em completar 12. Não mudou muita coisa, mas agora, eu era adolescente, né? Depois, sonhava com os meus 15 anos. Ah, foi um ano muito bom pra mim. Tive a minha festa, não do jeito que sonhei durante muito tempo, mas foi dez mil vezes melhor. E depois, esperei ansiosamente pelos 18. Não que fosse fazer muita diferença, mas eu queria muito isso. Queria deixar de ter 17, queria deixar de ser menor de idade. Mas aí bateu o medo. Fim do colégio, começo do cursinho, título de eleitor, trabalho, carro, dinheiro, vestibular, responsabilidade. Mas sabe o que eu descobri? Por mim, eu parava nessa idade. Nem sou criança, nem sou adulta. Nem adolescente. Sou uma coisa aí, que precisa ter certas responsabilidades, mas que não precisa pagar a conta de luz. Ainda sou tão menina, meu Deus. Sou mais menina do que mulher, na verdade. Mas agora posso ser presa. Ai, tão confuso.

Durante muito tempo pensei no que eu iria fazer nos meus dezoito anos. Viagem. Churrasco. Sair pra beber. Pois bem, não tinha dinheiro para viajar, desisti do churrasco e não gosto de bebida. Decidi meus amigos resolverem por mim. Mas aí, eu acordo, ninguém veio me acordar. Eu vou pra igreja, ufa, minha melhor amiga está lá. Depois eu vou para casa, só. E passo o dia, só. Gente, bateu uma angustia tão grande! Lógico, pessoas tinham me dado parabéns, meu namorado e minha melhor amiga tinham ligado de meia noite e tudo mais. Mas e depois? Cadê eles comigo? Sumiram? Então resolvi passar o meu aniversário dormindo. Acordei para ir ao salão fazer o cabelo com um ânimo...E fui para a missa, agradecer a Ele por mais um ano de vida e claro, pela família incrível que eu tenho. Tá, depois fui pra casa. Eu iria sair para uma pizzaria do lado da minha casa, com minha família, meu namorado e minha melhor amiga, mas eu já estava muito pra baixo pra me animar com isso. E então. Bum. Surpresa. É, eu tive uma festa surpresa. Uma festa linda, onde tudo era roxo, onde tudo era amor, era amizade. Se eu desconfiei? Não, sou lerda demais para isso. E eles me ignoraram tão bem. Todos os meus amigos. Minha família. Meu namorado. Toda aquela alegria, gritaria, balões, comida, presente. Foi tudo lindo demais.

Completar 18 anos é muito bom. Quer dizer, completar qualquer idade é muito bom. Mas eu me simpatizei com esse número, gostei mesmo. Começou muito bem e se Deus quiser, daqui a um ano, vai terminar tão bem quanto, de preferência com um resultado positivo no vestibular, hehe. Por mim, eu faria 18 anos todos os anos, do mesmo jeitinho. Foi tudo tão simples que se tornou perfeito. Não era um churrasco, não era uma festa qualquer. Era a minha festa surpresa, com a minha cara, do meu jeito e eu nem precisei fazer nada, só agradecer e tirar fotos.

Maria Eduarda agradece à todos que lembraram dela nesse dia importante

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